Poetisa, autora de contos e ensaio e tradutora, Sophia de Mello Breyner Andresen, natural do Porto,
frequentou o curso de Filologia Clássica na Universidade de Lisboa, cidade onde passou a residir. A sua
afirmação literária está associada às revistas «Cadernos de Poesia» (1940), «Távola Redonda» e a «Árvore»,
ao lado de outros autores como Jorge de Sena,
Ruy Cinatti, David Mourão-Ferreira ou António Ramos Rosa.
Publicou o seu primeiro livro Poesia em 1944, construindo a partir desta data uma obra literária incontornável
no âmbito da história da Literatura Portuguesa do séc. XX, várias vezes galardoada com prémios nacionais e estrangeiros.
O seu percurso foi marcado por uma intensa atividade cívica e política. Foi opositora ao Estado Novo, candidata
pela oposição democrática às eleições legislativos de 1969, participou no Comité Nacional de Socorro aos Presos
Políticos e, após o 25 de Abril de 1974, foi deputada à Assembleia Constituinte. Integrou o grupo fundador do
Centro Nacional de Cultura. Em 1987 recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e, em 1980 e 1998, a
Grã-Cruz da Ordem Militar de Santiago e Espada. Pelo conjunto recebeu o Prémio Camões em 1999.
O espólio (85 cx.) integra manuscritos em diferentes versões, traduções, diários de viagem, correspondência,
recortes de jornais com depoimentos e entrevistas e documentação que retrata o seu envolvimento cívico e político.
Doação dos filhos da escritora formalizada em Janeiro de 2011, com nova incorporação em 2015 e 2021. Tem reserva de consulta.
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