Poeta, ensaísta, ficcionista, crítico literário e de teatro, professor, Jorge Cândido de Sena, natural de Lisboa,
estudou na Escola Naval e licenciou-se em Engenharia Civil pela Universidade do Porto (1944).
Trabalhou na Junta Autónoma das Estradas entre 1948 e 1959, ano em que se exila no Brasil na sequência do seu
envolvimento numa tentativa falhada de um golpe de Estado. Esta mudança permite-lhe uma reconversão profissional
passando a lecionar Literatura nas universidades de Assis e de Araraquara. Doutorou-se em Letras (1964) e fez provas
de Livre Docência para o que teve de se naturalizar brasileiro. Em 1965 passa a residir nos EUA, lecionando na
Universidade de Wisconsin e, a partir de 1970, na de Santa Bárbara, Califórnia, onde foi diretor do
Departamento de Espanhol e Português e do Programa de Literatura Comparada. Ligado aos «Cadernos de Poesia»,
integrou o corpo diretivo da revista na segunda e terceira séries (1951-53), com José Blanc de Portugal,
Rui Cinatti e José Augusto-França.
Enquanto poeta Perseguição (1942) é o seu livro de estreia, seguindo-se Coroa da Terra (1946), Pedra Filosofal (1950),
As Evidências (1955), Fidelidade (1958), Metamorfoses (1963), Peregrinatio ad Loca Infecta (1969) e Exorcismos (1972).
Foi editor literário da 3ª série das Líricas Portuguesas e, enquanto crítico e ensaísta, renovador dos estudos Camonianos. No domínio da ficção é autor de peças de teatro,
contos reunidos em Andanças do Demónio (1960), Novas Andanças do Demónio (1966), Os Grão-Capitães (1976) e de um romance, Sinais de Fogo.
O espólio (233 cx.) integra manuscritos do próprio e de terceiros, correspondência recebida e cópias da enviada,
documentos biográficos e alguns iconográficos, recortes de impressos e cópias e reproduções destinadas à obra póstuma organizada por Mécia de Sena.
Doação da viúva, D. Mécia de Sena, em 2009. Nesse ano foi transferida a documentação que esteve à guarda da Fundação Calouste Gulbenkian.
Foram efetuadas mais novas incorporações em 2012, 2013, 2016, 2017 e 2019. Com reserva de consulta.
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