Professor, ensaísta, tradutor, Vítor de Almeida Ramos fez estudos secundários no Liceu Gil Vicente (1930-37), em Lisboa, e licenciou-se em
Filologia Românica (1950) na Faculdade de Letras da universidade dessa cidade. Entre 1952 e 1954, estudou Literatura francesa, em Paris, na Sorbonne,
onde elaborou a tese Ètudes Sur l'Amusement Periodique du Chevalier d'Oliveira. Oposicionista ao regime que então vigorava em Portugal, foi militante
do Movimento de Unidade Democrática e do Partido Comunista Português. Exilou-se no Brasil, em 1955, onde foi professor de Língua e Literatura francesas
na Faculdade Filosofia, Ciências e Letras de Assis (1958-1964) e na faculdade com o mesmo nome da Universidade de S. Paulo, a partir de 1964.
Aí se havia doutorado, com a tese L'Expression de la Vèrité Humaine dans La Mort d'Agrippine de Cyrano de Bergerac (1961) e aí defendeu a tese de
livre docência Rotrou: um Universo Equivoco (1966). De 1969 a 1971 lecionou como professor visitante na Universidade da Califórnia, em Davis.
Da sua obra, dispersa por publicações da especialidade, destaquem-se Estudos em Três Planos (1966), Cavaleiro de Oliveira - Trechos escolhidos (1968)
ou A Edição de Língua Portuguesa em França (1800-1985): repertório geral dos títulos publicados e ensaio crítico (1972). Integrou o grupo fundador do
jornal «Portugal Democrático» (1956-74), onde também tiverem papel preponderante, entre outros portugueses exilados no Brasil,
Adolfo Casais Monteiro e Jorge de Sena.
Foi condecorado pelo governo francês como Chevalier dans l'Ordre des Palmes Académiques, em 1967.
O espólio (20 cx.) integra manuscritos do autor e de terceiros, correspondência, documentos biográficos, algumas fotografias, impressos e
recortes de imprensa.
Doação dos herdeiros, representados pela professora Maria Guiomar Ramos, em 2015. Em 2020 foram incorporados novos documentos.
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