Jornalista, político, bibliófilo, Raul da Assunção Pimenta Rego, natural de Morais, Macedo de Cavaleiros, formou-se em Teologia e na Escola Superior Colonial
(1936). Lecionou no Colégio Moderno (1938-39), tendo sido expulso do ensino. Foi redator das revistas «Seara Nova» (1937) e «Sol Nascente» (1937-38),
das agências Exchange Telegraph e Reuters (1940-59), do «Jornal do Comércio» (1942-72) e do «Diário de Lisboa» (1959-71). Dirigiu os jornais «República» (1971-75)
e «A Luta» (1975-83) e presidiu à Casa da Imprensa (1964-67). Oposicionista ao Estado Novo, subscreveu as listas do MUD, dirigiu os
serviços de imprensa das candidaturas à presidência da República dos generais Norton de Matos (1949) e Humberto Delgado (1958), integrou as listas
de deputados da oposição (1961, 1965 e 1969) e foi um dos fundadores do Partido Socialista (1973). Após o 25 de Abril foi ministro da
Comunicação Social (1974), presidente da Assembleia Municipal de Lisboa (1976), deputado à Constituinte e à Assembleia da República (1975-99)
e Grão-Mestre (1988-90) do Grande Oriente Lusitano. Da sua obra destaquem-se Para um Diálogo com o Senhor Cardeal Patriarca (1968) ou
O Processo de Damião de Goes na Inquisição (1971), livros apreendidos pela Censura, o primeiro dos quais levou à detenção do autor pela PIDE.
Mas também, Horizontes Fechados: páginas de política (1969), Militares, Clérigos e Paisanos ou o Militarismo e Outras Forças de
Violência na Sociedade Portuguesa (1981), História da República (1986-88; 2ª ed. 2013) ou estudos e edições de/sobre a Inquisição,
Francisco Manuel de Melo, Ribeiro Sanches ou Eça de Queirós. Foi agraciado com a Pena de Oiro da Liberdade do Congresso Internacional
de Diretores de Jornais (Bolonha, 1976), condecorado com a Grande Oficial da Ordem da Liberdade (1990) e com a
Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1998).
Coleção (4 cx. + ) constituída por correspondência recebida, documentação relativa à atividade política e manuscritos também de terceiros com destaque
para o relatório do Consulado Português em Havana, assinado por Eça de Queirós.
Doação da família do escritor, representada pela Dr.ª Manuela Rêgo. Teve várias incorporações entre em 2015 e 2020.
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