Alexandre Herculano de Carvalho Araújo, natural de Lisboa é, a par de Almeida Garrett, figura fundadora do Romantismo em Portugal.
Historiador, ensaísta, ficcionista, jornalista, político, polemista e poeta na fase de juventude, estudou Humanidades, fez estudos práticos de Comércio,
de Diplomática (Paleografia) e de línguas. Liberal, envolveu-se na revolta do Regimento de Cavalaria 4 (1831) contra o regime absolutista,
o que o levou ao exílio em Inglaterra, depois em França. Em 1832 segue rumo aos Açores, para integrar o contingente de tropas leais a
D. Pedro que vêm a desembarcar no Mindelo. Após a vitória foi nomeado bibliotecário na Biblioteca Pública do Porto (1833-36).
Data desse período o texto relativo à situação da Literatura portuguesa em geral Qual o estado da nossa literatura?
Qual o trilho que ela pode seguir? e Poesia - Imitação - Belo - Unidade publicados no «Repositório Literário» (1834-35).
Já em Lisboa publica A Voz do Profeta (1836-37) com propósitos panfletários anti setembristas, funda e dirige «O Panorama»,
revista literária do primeiro romantismo português em cujas páginas dá à estampa O Bobo (1843 - em livro só em 1878) e
O Pároco da Aldeia (1844) e dirige o «Diário do Governo». Nomeado bibliotecário-mor das bibliotecas da Ajuda e das Necessidades
em 1839, desenvolveu intensa investigação documental que deu origem a História de Portugal (1846-53) e a
História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854-59). Foi deputado pelo Partido Cartista (1840-41) e, em 1856,
integrou o grupo de fundadores do Partido Progressista Histórico. Entretanto havia-se batido contra a censura da imprensa (1850),
escreveu e dirigiu jornais - «O País» (1851), «O Português» (1853). Entre 1860-1865 participou na redação do 1º Código Civil Português
o que lhe valeu uma das grandes polémicas que manteve com o clero. Em 1867, casou-se e retirou-se para a sua quinta em Vale de Lobos (Santarém)
dedicando-se à produção de azeite e trabalhando nos Portugaliae Monumenta Histórica.
Coleção (1 cx.) constituída em 2010, ano do bicentenário de Herculano, reunindo documentação recentemente adquirida e outra já à guarda do ACPC
e da Área da Manuscritos - correspondência, documentos particulares e de função e manuscritos literários como Scenas de um ano da minha vida:
poesia e meditação.
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