Ensaísta, tradutor, espiritista, António Eduardo Lobo Vilela, natural de Vila Viçosa, fez estudos secundários em Évora e no Colégio Militar,
em Lisboa, de onde saiu para integrar o Batalhão Académico contra a insurreição monárquica (1918). Diplomou-se em Ciências Matemáticas (1931) na
Universidade do Porto e em Engenharia Geográfica (1932) na Universidade de Coimbra. Estagiou no Liceu Normal desta cidade (1933-35) e prestou serviço
na Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola (1936), sendo de ambos dispensado por ser oposicionista ao Estado Novo. Dedicou-se às explicações
particulares, à tradução (com destaque para os clássicos - Platão, Ésquilo, Plutarco, e outros), ao estudo do espiritismo, à colaboração em
jornais e revistas - na «Seara Nova», na «Presença» assinando Eduardo Lobo, no «Diário de Lisboa», na «Republica», em
«A Voz da Justiça», na «Revista de Espiritismo» ou na «Revista de Metapsicologia». Integrou o Movimento de Renovação Democrática (1932),
participou nas iniciativas de constituição do Núcleo de Doutrinação e Acção Socialista (1942), com José Magalhães Godinho, na
União Socialista, no Movimento e Unidade Antifascista (1943) e no Movimento de Unidade Democrática (1945). Dirigiu a
Federação Espírita Portuguesa no início dos anos 50. Da sua obra destaquem-se os títulos Do Sentido Cómico e Trágico da Vida (1966),
prefaciado por António Sérgio, Problemática do Homem (1963), Perspectivas (1965), reeditados em 2011 ou Ciência e Poesia (1955;
2ª ed. 2012). Foi um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Escritores.
Coleção constituída sobretudo por correspondência, também familiar, com destaque para cartas de Afonso Costa.
Doação do Dr. António da Costa Lobo Vilela, em 2018.
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