Escritor, médico e pintor, Fernando Gonçalves Namora nasceu em Condeixa-a-Nova e licenciou-se em Medicina (1942), na Universidade de Coimbra,
atividade que exerceu entre 1950 e 1965, primeiro no mundo rural, depois no Instituto Português de Oncologia, em Lisboa.
Deu à estampa romances, contos, novelas, crónica e poesia. Enquanto ficcionista viu várias das suas obras em sucessivas edições,
algumas das quais refundiu e ampliou e viu adaptadas ao cinema e à televisão. O seu primeiro romance As Sete Partidas do Mundo (1938)
foi galardoado com o Prémio Almeida Garrett, Domingo à Tarde (1960) recebeu o Prémio José Lins do Rego e foi adaptado ao cinema, Rio Triste (1982)
foi prémio Fialho de Almeida e Resposta a Matilde: divertimento, adaptado para televisão em 1986. Escreveu também poesia, a partir de 1937,
reunida na coletânea As Frias Madrugadas (1959). Membro de várias instituições culturais e científicas, como a Academia de Ciências de Lisboa,
a Academia Brasileira de Letras ou a Academia Europeia das Ciências, Artes e Letras. Enquanto artista plástico expôs individualmente em 1944,
em Castelo Branco, mas já em 1939 havia recebido o prémio Mestre António Augusto Gonçalves. Participou numa exposição de artistas plásticos médicos (Paris, 1949)
e obteve o 2º Prémio de Pintura na Exposição Coletiva de Artistas Médicos (1964). Foi agraciado com a Grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique (1988) e,
a título póstumo, com a Grã-cruz da Ordem da Liberdade (2019).
O espólio (77 cx.) integra correspondência recebida, rascunhos de cartas enviadas, manuscritos de textos da sua vasta
colaboração dispersa em publicações periódicas, textos de conferências, documentos biográficos e projetos e/ou versões de
ficção não concluída.
Doado pelas filhas do escritor, Dr.ªs Margarida Namora Freitas da Costa e Arminda Namora Quintino de Barros, em Junho de 2010. A correspondência tem reserva de consulta.
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