Manuel António dos Santos Lourenço, professor, filósofo, poeta, ensaísta e tradutor, era natural de Sintra.
Doutorou-se em 1980 na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com a dissertação A Espontaneidade da Razão:
a analítica conceptual da refutação do empirismo na filosofia de Wittgenstein, publicada em 1986. Entre 1965 e 1968 foi
bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo realizado os seus estudos na Universidade de Oxford. Foi leitor de Português
nessa universidade (1968-1971), mas também na Universidade de Santa Bárbara, Califórnia (1972-1975) e na do Estado de Indiana
(1976-1980). Em 1983-1984 lecionou na Áustria, na Universidade de Innsbruc e posteriormente integrou o corpo docente do
Departamento de Filosofia da Universidade de Lisboa. A sua atividade foi quase exclusivamente preenchida com a divulgação da
Filosofia da Matemática e da Lógica. As suas primeiras obras são poéticas - O Desequilibrista (1960), O Doge, publicada em 1962,
sob o nome de Alexis-Christian Von Rätselhaft und Gribskov, Ode a Upsalaem (1964), género literário em que publicou também
Arte Combinatória (1971), Wytham Abbey (1974) e Pássaro Paradípsico (1979). No âmbito da sua passagem pela Áustria desenvolveu as
ideias subjacentes ao seu último livro de poemas, Nada Brahma, e aos ensaios Os Degraus do Parnaso (prémio D. Dinis, da Fundação
Casa de Mateus), obras que, tal como o seu livro didáctico A Teoria Clássica da Dedução, foram publicadas em 1991. Entre 1999
e 2004 presidiu à Sociedade Portuguesa de Filosofia. Traduziu Ludwig Wittgenstein, Jean Guitton, Romano Guardini, William Kneale
ou Kurt Gödel, assinando as traduções como Manuel Lourenço, tal como nos livros didáticos de Filosofia.
Dirigiu a revista «Disputatio», especializada em estudos de Filosofia analítica.
Espólio (22 cx.) constituído por manuscritos sobretudo as últimas décadas do seu trabalho intelectual.
Doação dos filhos do escritor, Dr.ª Catarina Lourenço e Professor Frederico Lourenço, que assinaram o respetivo
termo em Maio de 2010. Em 2012 e 2014 foi acrescido de novos documentos. Tem reserva parcial de consulta.
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