Professor, ensaísta, crítico literário, ficcionista, poeta, tradutor e artista plástico, Alfredo Augusto Margarido, natural de Moimenta (Vinhais),
viveu nos anos 50 do século passado, em S. Tomé e Príncipe e em Angola. Expulso deste território pela polícia política, regressou a Lisboa
onde dirigiu o «Diário Ilustrado», trabalhou na Guimarães Editora e fez crítica literária. O exílio leva-o para Paris (1964),
onde se formou em Sociologia na École Pratique des Haute Études. Lecionou nessa escola e nas universidades de Vincennes e Amiens,
mas também em Lisboa, após o 25 de Abril de 1974, e no Brasil. Foi um dos intelectuais ligados à Casa dos Estudantes do Império para a qual organizou,
nos anos 60, antologias de poetas e colaborou no boletim dessa associação - «Mensagem». Da sua obra, muita da qual dispersa por jornais e revistas,
nacionais e estrangeiras, destaque-se, no ensaio, Teixeira de Pascoais (1961), Negritude e Humanismo (1964), Jean Paul Sartre (1965),
Ensaio Sobre a Literatura das Nações Africanas (1980), Plantas e Conhecimento do Mundo nos Séculos XV e XVI (1989), com
Isabel Castro Henriques ou A Lusofonia e os Lusófonos: novos mitos portugueses (2000). Na poesia publicou com Poemas com Rosas (1953) e
Poema Para Uma Bailarina Negra (1958). Na ficção publicou No Fundo Deste Canal (1960), Centopeia (1961) e As Portas Ausentes (1963).
Com Artur Portela Filho preparou O Novo Romance (1962) texto divulgador dessa tendência literária. Traduziu James Joyce, Nathalie Sarrautte,
Jonh Steinbeck, Nietzche ou Herman Melville. Usou os pseudónimos Lúcio da Câmara, Manuel Kamdiba e Paulo Saraiva.
O espólio (108 cx. +) integra correspondência e testemunhos da preparação da obra enquanto escritor e docente, dos últimos anos de vida do escritor.
Doação do próprio, formalizada em 2009. Transferido em 2011, com novas incorporaçóes em 2013 e 2017.
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