José Gomes Ferreira, poeta e ficcionista, nasceu no Porto e cursou Direito em Lisboa, período em que integrou o Batalhão Académico Republicano que defrontou as forças monárquicas (1919). Entre de 1926 e 1929 foi cônsul na cidade de Kristiansund, Noruega. No regresso, dedicou-se à Literatura, ao jornalismo e à tradução de legendas de filmes. A vasta bibliografia de José Gomes Ferreira regista poesia, contos, crónicas, ensaio, teatro, traduções de obras literárias e de legendas de filmes, obras para jovens e memorialismo, bem como prefácios a edições de obra alheia. Codirigiu, em 1919, «Ressurreição», foi redator da revista de cinema «Imagem», colaborou na «Kino», em «Sr. Doutor», revista infantil onde publicou os textos posteriormente integrados em Aventuras de João Sem Medo e na «Seara Nova», na «presença» ou na «Revista de Portugal». Estreou-se na poesia com Lírios do Monte (1918) mas o poema considerado como definidor da sua personalidade poética «Viver Sempre Também Cansa», é datado de 1931. Entre 1948 e 1976 editou 6 volumes de Poesia. O terceiro (1961) recebeu o 1º Grande Prémio de Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores. Foram reunidos em Poeta Militante: Viagem do Século XX em Mim (1978). Escritor participante dos movimentos políticos e sociais, integrou, por exemplo, o Movimento de Unidade Democrática, colaborou com Lopes Graça em álbum de canções revolucionárias e foi o primeiro presidente da Associação Portuguesa de Escritores, em 1973.

O espólio (71 cx.) inclui manuscritos da obra literária do escritor, obras musicais, documentos áudio, fotografias, recortes de imprensa, documentos biográficos, bem como correspondência.

Adquirido por compra aos herdeiros, representados por seu filho, Arq. Raul Hestnes Gomes Ferreira, foi incorporado em duas fases, 2009 e 2010. Com reserva parcial de consulta.