Urbano Augusto Tavares Rodrigues, ficcionista, ensaísta, crítico literário, cronista e professor,
licenciou-se em Filologia Românica, em 1949, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,
sua terra natal. Desse ano até 1952 foi leitor de Português na Universidade de Montpellier e,
até 1955 na Sorbonne. No regresso a Lisboa, em 1955, impedido de integrar o corpo docente da Faculdade
de Letras por motivos políticos, lecionou no Colégio Moderno e no Instituto Francês e trabalhou
como jornalista em, por exemplo, «Artes e Letras», «Jornal do Comércio», «O Século», «Jornal de
Letras», ou «Diário de Lisboa» onde fez crítica teatral. Revelou-se como ficcionista com A Porta
dos Limites (1952), coletânea de contos e novelas, dando início a uma vasta obra literária
que várias vezes obteve prémios literários - o Prémio Ricardo Malheiros para Uma Pedrada no Charco,
em 1958, o Prémio Aquilino Ribeiro da Academia de Ciências de Lisboa para Fuga Imóvel, em 1982,
Prémio da Crítica do Centro Internacional Português de Críticos Literários, para A Vaga de Calor
(1987) ou o Prémio Fernando Namora para Violeta e a Noite (2006). Destaquem-se ainda, na ficção,
Bastardos do Sol (1959), Nus e Suplicantes (1960), Desta Água Beberei (1979) ou O Adeus à Brisa (1998).
No ensaio investigou sobre Manuel Teixeira Gomes, tema da sua tese de licenciatura e da dissertação de doutoramento vinda a público em
1984. Entre ambas, são marcantes os estudos sobre O Romance Francês Contemporâneo (1964), Realismo,
Arte de Vanguarda e Nova Cultura (1966), ou Um Novo Olhar sobre o Neo-Realismo (1981). Na obra de ficção,
onde se identifica um encontro de múltiplas influências estéticas, a sua criação ultrapassa os títulos
consagrados com inúmeras distinções literárias - Bastardos do Sol (1959), Nus e Suplicantes (1960),
Desta Água Beberei (1979) ou O Adeus à Brisa (1998).
O espólio (104 cx.) integra manuscritos de várias das suas obras literárias, documentos biográficos e um vasto
arquivo de imprensa que reflete a colaboração na imprensa periódica e o impacto da sua obra. Acompanham os originais
de artigos, as provas tipográficas dos mesmos, quantas vezes com cortes da censura, os recortes da versão vinda a
público, bem como cartas e outros documentos associados.
Adquirido ao próprio, foi transferido em 2009. Seguiram-se novas incorporações em 2014, 2015 e 2018.
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