Nefelibata
pelo lado da sensibilidade e impressionista pelo lado do realismo
crítico, Raul Germano Brandão foi mais um dos Portuenses
ilustres de quem não chegou a falar Sampaio Bruno, que nas
suas letras teria reconhecido a mesma fantasmagórica (des)ilusão
do mundo e dos homens. Capitão do exército, o autor de Húmus
e O Pobre de Pedir marcou a viragem das letras portuguesas
do fim do século, redimindo o decadentismo simbolista através
de uma singular prosa poética que prenuncia a escrita do movimento
surrealista e a de certo memorialismo existencialista.
O espólio (17 cx.: 1161 docs.) guardado por Manuel Mendes, reflecte
o modo de escrever de Raul Brandão, sempre atento à fortuita
aparência das coisas. Conserva originais de obras póstumas,
extensa correspondência, livros de notas, documentos biográficos,
etc.
Depositado na BN em março de 1982, por Bertha Mendes, viúva do escritor Manuel Mendes,
foi transferido em janeiro de 2009 para a Sociedade Martins Sarmento, por decisão judicial,
que determinou a sua entrega aos herdeiros de Raul Brandão, considerados os legítimos proprietários do espólio.
Parcialmente digitalizado (Iconografia). Disponível em microfilme.
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