Luís José Machado Gomes Guerreiro Pacheco, ficcionista, editor, crítico e polemista, nasceu em Lisboa,
onde frequentou o curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras da Universidade. Espírito rebelde,
marginal aos meios literários dominantes, exerceu atividade profissional na Inspeção-geral de Espetáculos,
do Secretariado Nacional de Informação entre 1946 e 1959, data em que pediu a demissão. Em meados da década
de 40 publicou em vários jornais e revistas, como «Afinidade», «Diário Ilustrado», «Seara Nova» ou «Diário Popular».
Como editor funda a Contraponto nos anos 50, destacada editora no panorama da cultura Portuguesa de novecentos,
onde divulga obras de vários autores nacionais e estrangeiros então pouco conhecidos. Entre eles
contam-se António Maria Lisboa, Mário Cesariny, António José Forte, Herberto Hélder, Manuel de Lima, Manuel Laranjeira
, Natália Correia ou Raul Leal. No plano da crítica literária Luís Pacheco surge como um dos autores mais combativos,
polémico e irreverente face aos poderes instalados. Em Crítica de Circunstância, obra apreendida pela polícia política,
reuniu, em 1966, escritos polémicos, incluindo panfletos que fez circular clandestinamente. No plano da ficção, destaca-se,
pelo sentido inovador da sua escrita, autobiográfica, pela estrutura da narrativa dos textos. A sua obra oscila
entre os altos e baixos da vida boémia que lhe ocasionou várias prisões e lhe valeu duas condenações nos tribunais plenários
do Estado Novo.
Coleção (7 cx.) que reúne manuscritos e correspondência.
Adquirida em dois leilões em 2009 e 2010, um dos quais e expensas do Fundo de Fomento Cultural.
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