José Valentim Fialho de Almeida, nasceu em Vila de Frades mas cedo partiu para a capital
onde frequentou o Colégio Europeu. Foi praticante de farmácia e jornalista para custear os estudos
de Medicina, aptidão que nunca exerceu. Já consagrado como escritor, regressou ao Alentejo natal
e veio a morrer na vila de Cuba. O seu jornalismo, impresso, por exemplo, nas páginas de «Novidades»,
«O Repórter» ou «Correio da Manhã», reflete uma visão e interpretação das coisas oscilante entre o
noturno e o luminoso. É autor de prosa de vários géneros, da crítica de arte à de costumes - Pasquinadas
(1890), Vida Irónica: Jornal de um Vagabundo (1892) - da crónica à ficção. Na série de Os Gatos (1889-1894)
criva ao pormenor a sociedade portuguesa. Em Contos (1881), em A Cidade do Vício (1882), O País das Uvas (1893)
e na ficção, reunida, por exemplo, em Lisboa Galante (1890), retrata ambientes e figuras políticas e sociais portuguesas,
oscilando entre a acuidade e violência. Usou os pseudónimos Valentim Demónio, Irkan e Manuel Matias.
Coleção (1 cx.) reunida por um dos seus testamenteiros, Vicente Taquenho, integra alguma correspondência que Fialho
lhe dirigiu, bem como testemunhos da execução das suas disposições testamentárias. Entre os documentos há uma cópia autenticada
do testamento e comprovativos de aceitação e entrega à Biblioteca Nacional da biblioteca particular de Fialho de Almeida.
Adquirida por compra ao Sr. Mário de Matos Taquenho, em 2007, foi acrescida em 2019 com mais um lote de documentos adquiridos em leilão.
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