Antero Tarquíneo de Quental nasceu em Ponta Delgada.
É figura relevante da cultura portuguesa e símbolo de
uma notável geração intelectual do século XIX, a “Geração
de 70”. Activo participante na vida política e cultural
do seu tempo, poeta e prosador, é autor de referência
no ensaísmo filosófico e literário, bem como na política
e no jornalismo. Com duas obras, Odes Modernas e
Bom Senso e Bom Gosto: Carta ao Exmo Sr. António F.
de Castilho, ambas de 1865, Antero liderou a ruptura
cultural com os valores representados pela poesia ultra-romântica
ao iniciar a polémica literária – a “Questão Coimbrã”
– que prepara o advento da poesia moderna em Portugal.
Foi, com Jaime
Batalha Reis, um dos organizadores das “Conferências
do Casino”, em 1871, onde apresentou a tese Causas
da Decadência dos Povos Peninsulares. Publicou,
em 1881, Sonetos e, em 1886, Sonetos Completos,
esta última edição, com um texto introdutório de Oliveira
Martins. O seu último ensaio Tendências Gerais da
Filosofia na Segunda Metade do Século XIX, foi publicado,
em 1890, na Revista de Portugal de Eça
de Queirós.
A colecção (1 cx.: 59 doc.) inclui sonetos e poemas
(alguns deles repetidos) e dezanove cartas de Antero,
assim como dezoito cartas dirigidas a Oliveira
Martins após a morte do poeta.
Transferida dos Arquivos Nacionais - Torre do Tombo, actual Direcção-Geral de Arquivos, ao abrigo do Protocolo assinado com a BNP em Março de 1997.
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