Figura cimeira do pensamento político
no primeiro quarto do século XX, Raul Sangreman
Proença marcou decisivamente a intervenção
cívica durante a Primeira República, integrando
os chamados grupos da Seara Nova (de que foi
fundador, 1921) e da Biblioteca Nacional (1919-1926),
cujo quadro integrava desde 1911. Chefe dos Serviços
Técnicos da BN, foi colaborador directo de Jaime
Cortesão quando este dirigiu a instituição.
Compilou as Regras Portuguesas de Catalogação
e o Guia de Portugal. Participou no movimento
da Renascença Portuguesa (1912), combateu o sidonismo
(1918) e a Ditadura Militar, que o haveria de condenar
ao exílio (1927). Sucumbiu ao peso do ostracismo,
regressando a Portugal (1932) acometido da grave crise
mental que o levaria ao internamento no Hospital Conde
Ferreira, onde faleceu.
O espólio (46 cx.) guarda os originais das
Páginas de Política, do Eterno
Retorno, o dossier preparatório da edição
do Guia de Portugal, o resumo deste, Portugal,
Madeira, Iles Açores, editado em Paris pela
Hachette (1931), bem como diversos textos de natureza
política e biblioteconómica. Inclui também
vasta correspondência, o arquivo de imprensa e
documentos biográficos.
Foi comprado aos herdeiros do escritor em Janeiro
de 1983, no termo do processo de negociações
iniciado em 1981. Em Agosto de 1997 foram integrados,
por doação dos herdeiros, representados
pela Srª. Drª Cristina Proença, documentos
relativos à edição do 4º volume
do Guia de Portugal.
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